A Eucaristia é um Sacramento que, pela
admirável conversão de toda a substância do pão no Corpo de Jesus Cristo, e de
toda a substância do vinho no seu precioso Sangue, contém verdadeira, real e
substancialmente o Corpo, Sangue, Alma e Divindade do mesmo Jesus Cristo Nosso
Senhor, debaixo das espécies de pão e de vinho, para ser nosso alimento
espiritual.
Quando Jesus está na hóstia, não deixa
de estar no Céu, mas encontra-se ao mesmo tempo no Céu e no Santíssimo
Sacramento.
Jesus Cristo está em todas as hóstias
consagradas por efeito da onipotência de Deus, a quem nada é impossível. Quando
se parte a hóstia, não se parte o Corpo de Jesus Cristo, mas partem-se somente
as espécies do pão. O Corpo de Jesus Cristo fica inteiro em todas e em cada uma
das partes em que a hóstia foi dividida. Tanto numa hóstia grande como na
partícula de uma hóstia, está sempre o mesmo Jesus Cristo.
Conserva-se nas igrejas a Santíssima
Eucaristia para que seja adorada pelos fiéis, e levada aos enfermos, quando
necessário.
A Eucaristia deve ser adorada por
todos, porque Ela contém verdadeira, real e substancialmente o mesmo Jesus
Cristo Nosso Senhor.
Jesus Cristo instituiu este Sacramento
debaixo das espécies de pão e de vinho porque a Eucaristia devia ser nosso
alimento espiritual, e era por isso conveniente que nos fosse dada em forma de
comida e de bebida.
OS PRINCIPAIS EFEITOS QUE A SANTÍSSIMA
EUCARISTIA PRODUZ EM QUEM A RECEBE DIGNAMENTE SÃO ESTES:
( Frutos da
Eucaristia )
1. Conserva e aumenta a
vida da alma, que é a graça, assim como o alimento material sustenta e aumenta
a vida do corpo;
(Conserva e aumenta a Graça e fortalece os laços da caridade )
2.
Perdoa os pecados veniais e preserva dos pecados graves ou mortais;
3.
Produz consolação espiritual, unindo-nos a Cristo e reforça os laços
da caridade.
A SANTÍSSIMA EUCARISTIA PRODUZ EM
NÓS OUTROS TRÊS EFEITOS, A SABER:
1.
Enfraquece as nossas paixões, e em especial amortece em nós o fogo
da concupiscência;
2.
Aumenta em nós o fervor e ajuda-nos a proceder em conformidade com
os desejos de Jesus Cristo;
3.
Dá-nos um penhor da glória futura e da ressurreição do nosso corpo.
PARA FAZER UMA
COMUNHÃO BEM FEITA, SÃO NECESSÁRIAS TRÊS COISAS:
1.
Estar em estado de graça;
2.
Estar em jejum desde a meia-noite até o momento da comunhão* (*esta lei
não está mais em vigor, bastando, atualmente, o jejum de uma hora);
3.
Saber o que se vai receber e aproximar-se da sagrada comunhão com
devoção";
"Estar em estado de graça"
quer dizer: ter a consciência limpa de todo o pecado mortal.
Quem sabe que está em pecado mortal
deve fazer uma boa confissão antes de comungar; porque para quem está em pecado
mortal, não basta o ato de contrição perfeita, sem a confissão, para fazer uma
comunhão bem feita. A Igreja ordenou, em sinal de respeito a este Sacramento,
que quem é culpado de pecado mortal não ouse receber a Comunhão sem primeiro se
confessar.
Quem comungasse em pecado mortal
receberia a Jesus Cristo, mas não a sua graça; pelo contrário, cometeria
sacrilégio e incorreria na sentença de condenação.
O jejum eucarístico consiste em
abster-se de qualquer espécie de comida ou bebida** (**exceto a água natural).
Quem engoliu restos de comida presos aos dentes pode comungar, porque já não
são tomados como alimentos ou perderam tal condição. Comungar sem estar em
jejum é permitido aos doentes que estão em perigo de morte, e aos que obtiveram
permissão especial do Papa em razão de doença prolongada. A comunhão feita
pelos doentes em perigo de morte chama-se Viático, porque os sustenta na viagem
que eles fazem desta vida à eternidade.
"Saber o que vai receber"
quer dizer: conhecer o que ensina com respeito a este Sacramento a Doutrina
Cristã e acreditá-lo firmemente.
"Comungar com devoção" quer
dizer: aproximar-se da sagrada Comunhão com humildade e modéstia, tanto na
própria pessoa como no vestir, e fazer a preparação antes e a ação de graças
depois da Comunhão.
A preparação antes da Comunhão consiste
em nos entretermos algum tempo a considerar quem é Aquele que vamos receber e
quem somos nós; e em fazer atos de fé, de esperança, de caridade, de contrição,
de adoração, de humildade e de desejo de receber a Jesus Cristo.
A ação de graças depois da Comunhão
consiste em nos conservarmos recolhidos a honrar a presença do Senhor dentro de
nós mesmos, renovando os atos de fé, de esperança, de caridade, de
adoração, de agradecimento, de oferecimento e de súplica, pedindo
sobretudo aquelas graças que são mais necessárias para nós e para aqueles
por quem somos obrigados a orar.
No dia da Comunhão deve-se manter, o
mais possível, o recolhimento, e ocupar-se em obras de piedade, bem como cumprir
com grande esmero os deveres de estado.
Depois da sagrada Comunhão, Jesus
Cristo permanece em nós com a sua graça enquanto não se peca mortalmente; e com
a sua presença real permanece em nós enquanto não se consomem as espécies
sacramentais.
FORMA
DE COMUNGAR
Quem comunga recebendo a hóstia na mão
deve elevar a mão esquerda aberta, para o padre colocar a comunhão na palma da
mão. O comungaste imediatamente, pega a Hóstia com a direita e comunga ali
mesmo na frente do padre ou ministro. Ou direto na boca.
Devemos procurar engolir a sagrada
Hóstia o mais depressa possível, e convém abster-nos de cuspir algum tempo. Se
a sagrada Hóstia se pegar ao céu da boca, é preciso despegá-la com a língua,
nunca porém com os dedos.
PRECEITO DA COMUNHÃO
Há obrigação de comungar todos os anos
pela Páscoa, na própria paróquia, e, além disso, em perigo de morte. O preceito
da Comunhão pascal começa a obrigar na idade em que a criança é capaz de
recebê-la com as devidas disposições.
É coisa ótima comungar freqüentemente e
até todos os dias, contanto que se faça com as devidas disposições. Pode-se
comungar tão freqüentemente quanto o permita o conselho de um confessor piedoso
e douto.